sexta-feira, 27 de junho de 2014

Publicada nova Edição do Jornal do "Forum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais"

FBOMS Publica seu Novo Jornal com Informações sobre ONGs e Movimentos Sociais do Brasil

O Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável - FBOMS foi criado em 1990, no contexto das articulações sociais ocorridas no início do ciclo preparatório para a Conferencia da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, a ECO-92, realizada no Rio de Janeiro no ano de 1992. Como se trata de um processo de integração permanente e informal, entre várias entidades da sociedade civil organizada do Brasil, atualmente abriga e converge centenas de instituições e movimentos sociais brasileiros,  em atividades de articulação e formulação de modelos alternativos e inclusivos, que possam ser incorporados às políticas públicas, no âmbito de todos os entes federados, para a promoção de um Brasil Sustentável.
O FBOMS, logo após definir a sua nova Coordenação Nacional em recente Encontro realizado em Brasília, publicou a sua nova edição do Jornal "Resistência FBOMS", cujo conteúdo pode ser acessado por intermédio do link que divulgamos a seguir:


Divulgação EcosBrasil

quinta-feira, 26 de junho de 2014

"Admirável Movimento de Protesto" por Clóvis Cavalcanti

ADMIRÁVEL MOVIMENTO DE PROTESTO
Clóvis Cavalcanti
Economista ecológico e pesquisador social; clovis.cavalcanti@yahoo.com.br

Uma reação da sociedade civil contra o chamado Projeto Novo Recife transformou-se aos poucos em belíssimo movimento social: o #OcupeEstelita. Infelizmente, na sua evolução, essa iniciativa não contou com cobertura forte dos meios de comunicação recifenses, valendo-se apenas das redes sociais que, como se sabe, não alcançam certas camadas da população. Mesmo assim, o OcupeEstelita – inspirado nas sugestivas mobilizações aparecidas em 2011, em Nova York, com o Occupy Wall Street – ganhou a adesão de número expressivo de pernambucanos.
O que quer esse movimento? Discutir uma visão de cidade que signifique bem-estar genuíno para todos, que não sucumba à ganância insaciável da especulação imobiliária, que não deforme o que resta da linda herança urbana do Recife. O oposto do propósito do Projeto em questionamento, aprovado, sim, formalmente, nos níveis de decisão (fechados, opacos) do governo municipal, mas não submetidos a debates (abertos, transparentes) com todas as partes interessadas, com todos os atores sociais (stakeholders) relevantes. É só comparar as imagens disponíveis do Recife nas décadas de 1940 e 1950 – quando, como criança e adolescente, eu me familiarizei com elas – com as do Projeto Novo Recife e seus espigões descomunais. Que seguem o exemplo das lamentáveis Torres Gêmeas do Cais de Santa Rita. E do mote de devastação dado pelo esdrúxulo prefeito Augusto Lucena, imposto pelos militares em 1964. Isso não pode vingar, diz o Estelita, apoiado já agora por enormes segmentos da sociedade.
Assim, soa como ofensa gratuita, como classificação aberrante, o que escreveu jornal do Recife a propósito das pessoas idealistas que integram o movimento: “protestadores profissionais”. Todos os pernambucanos deveriam era agradecer a Deus por nos dar uma forma de protesto civilizada, educada, dentro da lei como a do #OcupeEstelita. Um exemplo de Primeiro Mundo, de como deve ser a reação da sociedade diante de coisas absurdas que incomodam. Foi o Novo Recife objeto de elucubrações técnicas perfeitas? Passou por todas as instâncias deliberativas previstas? Fez-se isso de forma nítida, criteriosa e irreprimível? Quem garante? O fato é que a sociedade despertou. Com uma vanguarda decente, digna, admirável.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Movimentos Sociais Apoiam recente Decreto Federal de Dilma que amplia a Participação Social no Brasil

Movimentos sociais lançam manifesto de apoio à Política Nacional de Participação Social

Foto: Marcelo Camargo/ABr 
- Manifesto aponta que “o decreto contribui para a ampliação da cidadania”. Lançada no final de maio, política nacional é uma resposta às mobilizações de junho e busca participação no governo
20/06/2014
Por Leonardo Ferreira,
Da Radioagência Brasil de Fato

Movimentos sociais, juristas e entidades lançaram um manifesto de apoio e defesa à Política Nacional de Participação Social. Lançada no final de maio, a política nacional é uma resposta às mobilizações de junho e tem o objetivo de fortalecer e articular mecanismos e as instâncias democráticas de diálogo entre o Estado e a sociedade civil.

Para os movimentos, a presidenta Dilma Rousseff, ao assinar decreto que cria mecanismos de participação social na administração pública, através de conselhos populares consultivos, fez sua obrigação de regulamentar o que a Constituição Federal prevê desde 1988.

O manifesto aponta que “o decreto contribui para a ampliação da cidadania de todos os atores sociais, sem restrição ou privilégios de qualquer ordem, reconhecendo, inclusive, novas formas de participação social em rede.”

Os movimentos reagem ao que chamam de “histeria geral da direita, nos seus meios de comunicação e no parlamento”, referindo-se à parlamentares e setores da sociedade que são contra a iniciativa do governo.
Em defesa do decreto, os movimentos coletam assinaturas pela internet até o dia 25 de junho, quando serão entregues ao presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros. Além disso, sugere que sejam enviadas mensagens diretamente ao presidente do Congresso.

Leia a Íntegra do manifesto em favor da Política Nacional de Participação Social
Em face da ameaça de derrubada do decreto federal n. 8.243/2014, nós, juristas, professores e pesquisadores, declaramos nosso apoio a esse diploma legal que instituiu a Política Nacional de Participação Social.

Entendemos que o decreto traduz o espírito republicano da Constituição Federal Brasileira ao reconhecer mecanismos e espaços de participação direta da sociedade na gestão pública federal.
Entendemos que o decreto contribui para a ampliação da cidadania de todos os atores sociais, sem restrição ou privilégios de qualquer ordem, reconhecendo, inclusive, novas formas de participação social em rede.

Entendemos que, além do próprio artigo 1º CF, o decreto tem amparo em dispositivos constitucionais essenciais ao exercício da democracia, que prevêem a participação social como diretriz do Sistema Único de Saúde, da Assistência Social, de Seguridade Social e do Sistema Nacional de Cultura; além de conselhos como instâncias de participação social nas políticas de saúde, cultura e na gestão do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (art. 194, parágrafo único, VII; art. 198, III; art. 204, II; art. 216, § 1º, X; art. 79, parágrafo único).

Entendemos que o decreto não viola nem usurpa as atribuições do Poder Legislativo, mas tão somente organiza as instâncias de participação social já existentes no Governo Federal e estabelece diretrizes para o seu funcionamento, nos termos e nos limites das atribuições conferidas ao Poder Executivo pelo Art. 84, VI, “a” da Constituição Federal.

Entendemos que o decreto representa um avanço para a democracia brasileira por estimular os órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta a considerarem espaços e mecanismos de participação social, que possam auxiliar o processo de formulação e gestão de suas políticas.

Por fim, entendemos que o decreto não possui inspiração antidemocrática, pois não submete as instâncias de participação, os movimentos sociais ou o cidadão a qualquer forma de controle por parte do Estado Brasileiro; ao contrário, aprofunda as práticas democráticas e amplia as possibilidades de fiscalização do Estado pelo povo.

A participação popular é uma conquista de toda a sociedade brasileira, consagrada na Constituição Federal. Quanto mais participação, mais qualificadas e próximas dos anseios da população serão as políticas públicas. Não há democracia sem povo.

Brasil, junho 2014

Prof. Fabio Konder Comparato
Prof. Celso de Mello
Prof. Dalmo Dallari
Jose Antonio Moroni, Inesc
Joao Pedro Stédile, MST”

A Noticia deste bom e bem vindo Decreto, você não viu nos Grandes Meios de Comunicação.

ATENÇÃO: - Acesse o teor de todo o Decreto Federal 8423/2014 por meio do link abaixo: 
Matéria Original do Jornal e Blog Brasil de Fato  
Link: http://www.brasildefato.com.br/node/28900
Reproduzido pela EcosBrasil que apoia e concorda com o teor da Nota Publica

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Nota do Ministério Público de Pernambuco sobre a Truculenta Reintegração de Posse da Área do Cais Jose Estelita em Recife

Reintegração de posse de área no Cais José Estelita - Nota do Ministério Público de Pernambuco

18/06/2014 - Ministério Público do Estado de Pernambuco vem a público comunicar o seu posicionamento e ações empreendidas em face do noticiado uso de força excessiva pelas tropas da Polícia Militar de Pernambuco, durante o cumprimento de ordem judicial na última terça-feira (17 de junho) para reintegração de posse da área localizada no Cais José Estelita, onde está prevista a construção de empreendimento imobiliário conhecido como Novo Recife.

Vale esclarecer que a atuação do Ministério Público pernambucano, pautada sempre na defesa dos interesses da sociedade, busca manter o tratamento respeitoso com as partes e a relação institucional com os Poderes e entidades públicas.

Nesse contexto, o Ministério Público do Estado de Pernambuco lamenta o fato de não ter sido informado sobre o dia e hora da ação das tropas da Polícia Militar nessa operação de reintegração de posse.

Da mesma forma, estranha que tenha sido quebrado o acordo fechado no dia 23 de maio deste ano perante o Ministério Público de Pernambuco pela Polícia Militar, Prefeitura do Recife e Consórcio Novo Recife de que enquanto perdurassem as negociações com o Movimento Direitos Urbanos não haveria ação policial para ocupação da área, sem a prévia comunicação ao Ministério Público, o que acabou acontecendo.

Vale destacar que desde o início da ocupação, os Ministérios Públicos Federal e Estadual realizaram reuniões com as partes envolvidas no intuito de intermediar as negociações para a desocupação pacífica do imóvel pelos manifestantes.

Após o convite formulado pelo MPF e pelo MPPE ao prefeito do Recife para participar direta e pessoalmente das negociações, o debate foi ampliado incluindo a participação de outros atores da sociedade, quando restou acertado que seria apresentada uma proposta de redesenho do projeto com o fim de celebração de acordo.

Apesar destas ações, onde se buscava uma solução pacífica e democrática para o conflito, o mandado de reintegração de posse foi cumprido sem a interlocução dos agentes e órgãos públicos já envolvidos.
Diante de tais fatos, a Procuradoria Geral de Justiça designou dois promotores de Justiça, com atuação nas áreas criminal e de cidadania, para apurar as responsabilidades cíveis e criminais.

Assim, atento às violações de direito, eventualmente ocorridas, o Ministério Público de Pernambuco adotará as providências legais dentro de sua competência institucional de defesa da liberdade de expressão, da ordem jurídica e do Estado Democrático de Direito.

Recife, 18 de junho de 2014
Assessoria de Comunicação Social do MPPE