terça-feira, 3 de junho de 2014

Câmara Federal realizará Audiência Pública para definir Marco Legal das Energias Alternativas no Brasil

Proposta de Incentivos às Energias Alternativas em debate no Congresso Nacional

               Nesta semana, na próxima quinta-feira, dia 05 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a partir das 10 hs, a Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal, ira realizar Audiência Pública, para que haja um debate técnico e político também com a sociedade civil e as entidades empresariais do setor, sobre a definição de uma proposta de marco regulatório para as energias alternativas no Brasil.

              Nesta Audiência Publica, que ocorrerá por solicitação do Deputado Federal Fernando Ferro (PT-PE), serão analisados os atuais mecanismos de incentivo ao desenvolvimento das energias alternativas no nosso País, e principalmente os conteúdos normativos, que já fazem parte das principais proposições legislativas, que já tramitam no Congresso Nacional, relacionados a este importante tema, como os PLs nº 3.924/11 e nº 2.117/11, assim como o PL 630/03, já aprovado em uma Comissão Especial e que desde 2009, aguarda ser colocado em pauta no Plenário da Câmara Federal.

                    A matriz energética brasileira sempre foi elogiada pelo papel predominante das fontes renováveis, que contribuem com mais de 80% da oferta interna de energia (OIE), enquanto a média mundial é de 12,9%. Mas devemos observar que este cenário no Brasil, apresenta como principal fonte dessa energia dita “limpa”, as grandes hidrelétricas. Além disso, os próprios espaços para construção de grandes hidrelétricas (UHE) estão gradativamente diminuindo, sendo quase todas as novas oportunidades para hidrelétricas estão essencialmente na região Amazônica, onde há obvias restrições ou gargalos ambientais pelos impactos que estes grandes empreendimentos podem causar, além dos obstáculos logísticos inerentes.                        

                        Nas contas da própria Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a geração hidrelétrica poderá perder participação na OIE, decrescendo para 64,4% nos próximos anos. Há ainda a previsão de novas instalações de usinas por geração térmica, baseada em combustíveis fósseis, mais poluentes, de 25% para 31,4%.

                       Portanto, com foco na sustentabilidade socioambiental do setor elétrico, um das melhores saídas para continuarmos produzindo energia de matriz limpa é ampliarmos os investimentos e incentivos para projetos de geração de energia ambientalmente corretos, como a energia eólica, solar, de biomassa ou outras fontes alternativas.

                        Mas ocorre que ainda não temos no Brasil, um marco legal que concretamente incentive o desenvolvimento das varias fontes de energia alternativas. Justamente para se construir uma proposta objetiva que supra esta lacuna técnica e jurídica, é que se evidencia a importância da referida atividade legislativa que é inclusive aberta à participação social.

                         Participarão desta Audiência Pública, que será coordenada pelo Deputado Fernando Ferro, representantes do Ministério de Minas e Energia - MME; da Empresa de Pesquisa Energética - EPE; da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL; da Associação Brasileira de Energias Alternativas e Meio Ambiente - Abeama; da Associação Brasileira de Energia Eólica – ABE Eólica; e do Greenpeace.

Matéria da EcosBrasil – Texto Mauricio Laxe