APA do Planalto
Central – Uma bela Unidade Federal de Conservação Ambiental, que à 14 anos, protege
as áreas verdes e rurais no Cerrado de Brasília
A imprensa do Distrito Federal
demonstrou novamente que possui pouca sensibilidade e dedica pouca atenção às
questões ambientais da nossa capital brasileira. O último exemplo nesse
sentido, infelizmente ocorreu logo agora no inicio de 2016. Nesse ultimo mês, a maior Unidade de Conservação da Capital
Brasileira, que é a “Área de Proteção Ambiental do Planalto Central”, conhecida
como "APA do Planalto Central", completou em janeiro de 2016, 14 anos de
existência, mas apesar de sua importância
estratégica para o futuro de Brasília, tal fato nem mesmo foi registrado pela
mídia local.
Esta
importante Área de Proteção
Ambiental do Cerrado brasileiro, forma um verdadeiro “Cinturão
Verde” em torno de Brasília, possibilitando uma maior proteção
da maior parte das áreas verdes do Planalto Central, assim como das suas
áreas rurais, incluindo os municípios de Padre Bernardo e Planaltina de
Goiás.Esta bela Unidade de Conservação
Federal, possibilita a proteção de várias áreas verdes e rurais que
ainda existem justamente entre as cidades satélites do Distrito
Federal, como Sobradinho, Planaltina, Guara, Samambaia, Riacho Fundo, Núcleo
Bandeirantes, Gama, Recanto das Emas, Arniqueiras e Park Way.
A APA do Planalto Central criada em 10 de janeiro de 2002, para proteger o meio ambiente do Distrito
Federal, ajuda também a controlar o uso e ocupação do solo de Brasília. Tal iniciativa ampliou as forças e instrumentos
governamentais para impedirem que haja um crescimento
desordenado da Capital Brasileira, cuja população prevista na sua
fundação, era de meio milhão de habitantes, mas que logo após completar só 50 anos de criação, já era de mais de 1, 5 milhões de
habitantes.
Infelizmente,
nas duas ultimas
décadas, a concepção inédita de caráter urbano e ambiental, em que se
deu o planejamento de Brasília, vem sendo pouco a pouco maculada de
forma criminosa, pelas ocupações irregulares e o desmatamento
desenfreado, assim
como pela especulação imobiliária e pela impunidade dos grileiros e
agente
públicos corruptos, colocando em risco a qualidade de vida de
Brasília, considerada até então a melhor capital do Brasil.
Portanto, a criação da APA do Planalto
Central também busca garantir a qualidade de vida dos moradores de
Brasília, assim como proteger os recursos hídricos e o cerrado do Planalto
Central.
Importante destacarmos que esta Unidade de Conservação Federal é administrada pelo ICMBIO –
Instituto Chico Mendes, que é um órgão federal ligado ao Ministério do Meio
Ambiente, sendo que a área total dessa APA é de mais de 500.000
hectares, onde já vivem mais de 700.000 pessoas.
Destacamos ainda que a grande
dimensão do território protegido por esta Unidade de Conservação Federal,
também vai além do Distrito Federal, possibilitando também a
preservação ambiental de importantes áreas verdes de municípios no Estado de Goiás. Atualmente,
o maior desafio das
autoridades federais e distritais, diante da clara e incontestável
importância que representa a APA do Planalto Central para o futuro de
Brasília,
é procurar reverter a lamentavelmente realidade, relacionada ao fato de
que a
maioria da população do Distrito Federal, ainda hoje desconhece a
existência dessa APA. Nem mesmo sabem onde passam seus limites ou que
moram em
seu próprio território.
Desta maneira, mais de meio
milhão de brasileiros
moram ou trabalham na APA do Planalto Central, mas inda desconhecem que
possuem o privilegio de estarem vivendo dentro de uma área ecológica de
importância nacional.Consequentemente, boa
parte desta população desconhece que existem normas e instrumentos
federais específicos para essa área de proteção, muitos deles
relacionados ao
zoneamento desta Unidade de Conservação Federal. Isso acaba ampliando os
conflitos e ações irregulares, no âmbito
ambiental ou urbano de Brasília.
Inclusive, algumas dessas
normas ambientais buscam também garantir a
qualidade e quantidade das águas do DF. Muitos desses dispositivos legais foram estabelecidos quando da aprovação do “Plano de
Manejo da APA do Planalto Central", publicado só em abril
de 2015.Como exemplo de algumas desses
novos dispositivos legais, está a proibição de parcelamentos do solo sem
licenciamento prévio e a comercialização de chácaras ou lotes nas áreas rurais,
com dimensões inferiores a 2 hectares, assim como a proibição de ações de
pulverização aérea de agrotóxicos no DF, além de reforçar no âmbito
federal, a proibição do uso de fogo nas praticas rurais ou o desmatamento de
áreas de cerrado sem autorização dos órgãos ambientais.
Importante destacarmos que
a APA do Planalto Central, possui também diversos atrativos e belezas cênicas e
ecológicas imperdíveis, além de grandes áreas de matas nativas. No seu território
encontram-se muitos atrativos ambientais, históricos e ecoturísticos
de Brasília, que vão desde as várias cavernas, cascatas e rios de corredeiras
nas regiões do Rio do Sal e do Rio Maranhão, área conhecida como “Gorro do
Saci”, assim como lagoas e inéditas formações rochosas, como a Lagoa Bonita e o
Morro da Pedreira.
Além disso, existem
lindas áreas onde deparamos com grandes chapadas e com belos mirantes,
como o “Pontal
dos Gaviões” no Lago Oeste, a cerca de 1.300 metros de altitude, num dos
pontos mais altos do DF. Assim como regiões de excepcionais belezas,
como a do Poço Azul, na região do Rodeador, a
Chapada do Engenho das Lajes, no Gama, ou ainda a Chapada Imperial, na
região da Contagem. O próprio Jardim Botânico de Brasília e a Estação
Ecológica
de Aguas Emendadas fazem parte da APA do Planalto Central.
Portanto, fica óbvio o enorme papel estratégico que a APA do
Planalto Central ocupa no DF, para garantirmos a
proteção socioambiental da região, possibilitando que Brasília
e sua população, tenham um futuro voltado para um desenvolvimento sustentável
e ecológico. Destacamos que diante de tais
desafios, seria fundamental para a APA do Planalto Central, que os órgãos ambientais
federais e distritais possam consolidar a partir de 2016, as devidas parcerias e
ações integradas que estão previstas em seu próprio Plano de Manejo. Inclusive,
ampliando paulatinamente a sua interlocução com a população do DF.
Nesse sentido, se faz
necessário
a preparação de planos de comunicação e educação socioambiental
para essa Unidade de Conservação, assim como a elaboração de um
instrumento
semelhante, para o planejamento de ações integradas voltadas à proteção
ambiental. Entre as suas diretrizes, devem estar a promoção de processos
de
articulação, entre os diversos órgãos ambientais e de fiscalização que
atuam no
GDF e no seu entorno, para implantação de uma agenda socioambiental
integrada, nas diversas e diversificadas regiões da APA do Planalto
Central.
A tarefa de integrar esse
universo de instituições públicas requer inclusive, apelos pela priorização, desprendimento
e franca cooperação, com o estabelecimento de uma nova e necessária cultura de
integração interinstitucional, entre as instituições públicas que atuam com a
temática ambiental, nas três esferas federativas. Nesse importante processo de
transversalidade entre os órgãos públicos socioambientais que atuam no
território da APA do Planalto Central, e por rebatimento no DF e Goiás, devem
participar, além do próprio ICMBIO obviamente, o IBAMA, o IBRAM, a AGEFIS, a
ADASA, a PF, a DEMA/PC, a SPU, a Terracap, a SLU/DF, entre outros, além de
outros dois processos semelhantes, que precisam ser promovidos com os órgãos
públicos socioambientais afins, dos dois municípios e do estado de Goiás.
No mesmo sentido e de forma mais
abrangente, tal dialogo deve ser ainda ampliado principalmente
“interna corporis”, no âmbito do conjunto de órgãos ambientais, como também potencializado,
com o estabelecimento de novos fóruns de interlocução com as comunidades locais,
além do fortalecimento do SISNAMA e da ampliação da participação da sociedade civil
organizada, no próprio Conselho Gestor da APA do Planalto Central.
Todas essas iniciativas
certamente
irão colaborar com a proteção das áreas verdes e rurais do DF, assim
como na promoção da sustentabilidade do DF. A própria proposta de
lançamento de um Selo Verde no âmbito da
APA do Planalto Central, como previsto no seu "Plano de Manejo", são
iniciativas
que também incentivariam e ajudariam na promoção
da Agroecologia e do Ecoturismo no meio rural.
Diante dessas questões socioambientais
destacadas, que demonstram a grandeza e a importância desta Unidade de
Conservação Ambiental de Uso Sustentável para o Distrito Federal, cuja gestão socioambiental
sabiamente é protagonizada por um importante órgão ambiental federal, como o
Instituto Chico Mendes – ICMBIO, para os que lutam e se dedicam a proteção ambiental
e a promoção de uma consciência socioambiental e ecopolítica no Brasil, uma das
frases que resumiriam a alegria de comemoramos os 14 anos de criação dessa extraordinária
Unidade de Conservação Federal, seria “VIDA LONGA A APA DO PLANALTO CENTRAL” –
Parabéns Brasília !!
Maiores Informações sobre a APA do Planalto Central pelo link:
http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/unidades-de-conservacao/biomas-brasileiros/cerrado/unidades-de-conservacao-cerrado/2059-apa-do-planalto-central.html
Matéria: ECOSBRASIL ´- Texto: Mauricio Laxe
http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/unidades-de-conservacao/biomas-brasileiros/cerrado/unidades-de-conservacao-cerrado/2059-apa-do-planalto-central.html
Matéria: ECOSBRASIL ´- Texto: Mauricio Laxe