ECOLOGISTAS SOCIALISTAS FAZEM
PLENÁRIA EM BRASILIA
Comemoração pelos 22 anos do “Ecossocialismo”
Será realizado na próxima semana no Distrito Federal,
em Brasília, uma Plenária de Ecologistas Socialistas, organizado por ambientalistas
de esquerda principalmente ligados ao PT, em comemoração aos 22 anos da elaboração
e lançamento do “I Manisfesto Ecossocialista”, que ocorreu em 1991. Esta conceituação
política começou a ser debatida e maturada no âmbito do Partido dos Trabalhadores,
em meados de 1989, logo após a queda dos muros de Berlim e as vésperas das
eleições daquele ano e vem se expandido também entre outros grupos sociais e partidos
políticos de esquerda no Brasil e no Mundo.
Esta atividade será realizada no dia 17 de Dezembro,
na próxima terça-feira, às 19hs, no Auditório da Sede Nacional do PT em
Brasília e tem a conotação de ser um momento de interação, reflexão e
confraternização, entre o conjunto de militantes petistas do movimento ecológico,
identificados com a confluência histórica, ideológica e política das temáticas
ecológicas e socialistas.
Já se passaram mais de vinte e dois anos, desde que
os militantes ecologistas e socialistas do PT, se articularam e elaborarão em
1991, o primeiro “Manifesto Ecossocialista”. Este foi o primeiro registro oficial
deste conceito político, que integra as estratégias pela construção do socialismo
com as lutas ecológicas, para a promoção da sustentabilidade no âmago da
sociedade. Depois disto, já foram apresentados outros documentos e publicações relacionadas
ao Ecossocialismo, tanto no Brasil como em outras partes do mundo.
No Planeta apesar alguns avanços políticos socioambientais
já obtidos desde então, nos últimos anos, o conjunto da agenda socioambiental tem
sofrido vários retrocessos marcantes. O mesmo vem ocorrendo no Brasil, não só no
que se refere ao novo Código Florestal, mas também em temas relacionados aos
recursos hídricos, as energias alternativas, a gestão urbana ambiental, as áreas
protegidas, a educação ambiental e na própria promoção da sustentabilidade
socioambiental, dos direitos das minorias e de enfrentamento as mudanças
climáticas, entre outros pontos, todos sufocados por uma agenda excessivamente desenvolvimentista
e capitalista.
Para piorar, no Brasil a agenda socioambiental vem
sofrendo ultimamente uma grande ofensiva, capitaneada principalmente pelos ruralistas
e conservadores, inclusive no âmbito do Congresso Nacional. Isso vem ocorrendo
em varias frentes, que vão das temerosas intenções de afrouxar as legislações
sobre os Agrotóxicos, passando pelos ataques a reforma agrária, aos processos
de licenciamento e de criação de Unidades de Conservação, buscando inclusive injustamente
desqualificar os Órgãos Ambientais, até a supressão dos direitos dos Povos Indígenas
e Comunidades Tradicionais e Quilombolas.
O ultimo grande ataque ocorreu nesta ultima semana,
com a instalação no Congresso Nacional, de uma Comissão Especial sobre a PEC
215, para dificultar a demarcação de Terras Indígenas e a implantação de novas
Unidades de Conservação. Diante deste cenário, obviamente são muitos os gargalos
socioambientais que os ecologistas e a sociedade civil em geral, deverão enfrentar no Mundo nos próximos anos e tanto maior serão os desafios a encarar no Brasil já em 2014.
Portanto, diante desta conjuntura, esta atividade política
busca minimamente colaborar na promoção de um processo de articulação e integração
mais permanente entre os ecologistas e socialistas, antes mesmo do encerramento
de 2013, pois está claro que diante da atual conjuntura socioambiental desfavorável,
só coletivamente os ambientalistas poderão influenciar politicamente, no
fortalecimento das lutas dos movimentos sociais e ecológicos, por um mundo mais
justo, sustentável e ecossocialista.
Texto: Mauricio Laxe – Matéria da ONG EcosBrasil – 13/12/13