quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Conferencia de Legisladores sobre Mudanças Climáticas em Brasilia



Especialistas querem sintonia entre políticas de mudanças climáticas

Participantes de Seminário sobre Mudanças Climáticas no Congresso Nacional questionam falta de articulação entre ações federais e estaduais ligadas ao tema. A constatação foi feita por especialistas na abertura do seminário “Clima em Debate: Conferência de Legisladores sobre Mudanças Climáticas”, promovido, nesta quinta-feira (17), pela Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas. O evento ocorreu no Auditório Nereu Ramos, na Câmara Federal

Para o representante do Instituto Ethos, Sr.  Caio Magri, “é preciso melhorar os frágeis instrumentos de gestão institucional. Se, no cenário internacional, o Brasil desponta com uma legislação específica sobre alterações no clima, internamente, o País ainda precisa fazer um esforço para harmonizar as políticas federal e estaduais na área. 

Hoje, há 22 legislações estaduais sobre Mudanças Climáticas. Como o nosso País vai reduzir em 80% o desmatamento na Amazônia até 2020, se não houver articulação entre todos os programas na região? Indagou. Ele informou que 15 estados já previram em lei a criação de um fundo de suporte a iniciativas ambientais. Na avaliação de Magri, porém, é preciso melhorar os "frágeis" instrumentos de gestão institucional. Com R$ 158 milhões captados, o Fundo Amazônia, por exemplo, só foi viabilizado por parceria entre os estados da região amazônica e se volta a ações de recuperação e conservação da floresta.

Desmatamento
O resultado mais emblemático das políticas de enfrentamento às mudanças no clima, de acordo com Adriano Santhiago de Oliveira, representante do Ministério do Meio Ambiente, é a redução "substancial" na taxa de desmatamento na Amazônia. Entre 2004 e 2012, essa diminuição alcançou a marca de 84%. Tal fenômeno, assinalou Oliveira, gerou impactos positivos também sobre a emissão de gases do efeito estufa. Se, em 2005, a emissão de gás carbônico chegou a 2 bilhões de toneladas, caiu para 1,25 bilhão de toneladas em 2010, informou.

"Política invejável"
O secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa, classificou como "exemplar" o papel do Congresso Nacional ao legislar sobre o assunto. “A política [brasileira] de mudança climática é invejável, respeitada no mundo todo”, comentou.

Já para o Dr. Herman Benjamin do STJ: o não cumprimento da Política Nacional sobre Mudança do Clima caracteriza improbidade administrativa. Elogios à legislação também foram formulados pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça. O seu referencial de análise foi a Lei 12.187/09, que instituiu a Política Nacional sobre Mudança do Clima.

O Ministro do STJ observou que não só a transgressão aos dispositivos da lei, mas também a omissão em seu cumprimento caracteriza ato de improbidade administrativa por parte do gestor público. Um dos dispositivos destacados por ele foi o que estabelece a adoção pelo País, como compromisso nacional voluntário, de ações de mitigação das emissões de gases de efeito estufa, com vistas a reduzir entre 36,1% e 38,9% suas emissões projetadas até 2020.

COP-19

Depois das exposições em torno da legislação e de políticas sobre mudanças climáticas, o seminário prosseguiu à tarde com mais dois temas em pauta: Os planos nacional e estaduais do setor, e a legislação brasileira sobre pagamentos por serviços ambientais. Os trabalhos realizados pela manhã foram conduzidos pela Presidente da Comissão Mista de Mudanças Climaticas, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e a tarde pelos Deputados Fernando Ferro (PT/PE), Vice-Presidente desta Comissão e o Deputado Sarney Filho (PV/MA), relator da mesma Comissão.

Foi lembrado que estudo conjunto das consultorias legislativas da Câmara e do Senado deverá subsidiar a delegação parlamentar durante a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças no Clima (COP-19), prevista para novembro, em Varsóvia, na Polônia.

Da Redação/MO - Informações da Agência Senado. Assinatura da Matéria é da Agência Câmara Notícias - Reprodução EcosBrasil - 17/10/2013